10 anos de "Calling all Stations"

13-08-2017 22:55

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No próximo dia 01 de Setembro, completam-se 10 anos do lançamento do último registo de estúdio de Genesis até à data, intitulado "Calling all Stations".

Foi o 15º álbum de estúdio da formação e o único com o vocalista Ray Wilson, depois da saída de Phil Collins em 1996. Tony Banks e Mike Rutherford mantiveram a banda como um trio, sendo que para a bateria foram convidados 2 músicos adicionais: Nir Zidkyahu e Nick D'Virgilio, este último "emprestado" pelos Spock's Beard.

Este registo foi gravado nos estúdios The Farm, em Surrey, Reino Unido, entre Janeiro e Junho de 1997 e produzido por Nick Davis, Tony Banks e Mike Rutherford, sendo lançado com o selo da Virgin no Reino Unido e com o selo da Atlantic nos Estados Unidos.

Ray Wilson foi escolhido para vocalista de Genesis, após um longo período de audições e depois de ter desempenhado as mesmas funções nos Stiltskin, banda com influências de grunge, a qual  teve uma curta mas bem sucedida existência.

Deste registo, foram extraídos 3 singles: "Congo", "Shipwrecked" e "Not About Us".

"Calling all Stations" recebeu avaliações negativas da crítica especializada, que o classificou como um registo sem rumo, a meu ver erradamente. Para mim, foi uma estreia surpreendente de Ray Wilson nas vocais, fazendo lembrar a voz de Paul Carrack, dos Mike & The Mechanics (a outra banda de Mike Rutherford) e imprimindo um novo rumo à formação. É um bom álbum, com boa colocação de voz de Ray e os arranjos de guitarra e teclados de Rutherford e Banks, respectivamente, encaixados no momento certo, assim como as partes da bateria. Os temas são bem construídos, bem trabalhados e ficam no ouvido. É superior ao último registo com Phil Collins, "We Can't Dance", que apesar de ter meia dúzia de sucessos, e ser um álbum razoável, mostra um certo desgaste no som da formação, sendo a maioria dos temas uma recriação de algo já anteriormente feito noutros álbuns. Ray Wilson trouxe frescura e novidade à sonoridade da banda, mas acabou incompreendido e dispensado, apesar do seu interesse em continuar. E tal deveu-se ao facto de o registo ter falhado no mercado americano, chegando apenas à 54ª posição e com somente 5 semanas de permanência nas tabelas de vendas, isto apesar de um elaborado lançamento publicitário em Cape Canaveral, na Flórida. No entanto, o álbum foi bem sucedido na Europa. Foi o 1º álbum da formação a não atingir o 1º lugar desde "... And then there were Three", o qual foi nº3 em 1978.

"Calling all Stations" conquistou 5 Discos de Ouro, distribuídos pelos seguintes países: França, Alemanha, Polónia, Suiça e Reino Unido, onde chegou ao 2º lugar dos álbuns mais vendidos.

Quanto aos singles, "Congo" quebrou a barreira dos 40 mais vendidos no Reino Unido, chegando igualmente aos 40 mais vendidos em pelo menos mais 3 países europeus.

Ao vivo, Ray Wilson recebeu muitos elogios dos fãs de Genesis, os quais apreciaram bastante a forma como interpretava os temas da era Peter Gabriel, sendo que a banda deu 47 concertos pela Europa, relativos à digressão "Calling all Stations Tour", de 23 de Janeiro a 31 de Maio de 1998, acabando por cancelar a agenda na América, precisamente devido ao fracasso comercial do álbum naquele continente.

Finda a digressão, Mike Rutherford e Tony Banks lançaram os Genesis num longo hiato, deixando "Calling all Stations" como o último álbum lançado pela banda até aos dias de hoje. 

Recorde-se que Mike Rutherford e Tony Banks reuniram-se com Phil Collins na digressão dos Genesis em 2007, "Turn it on Again: The Tour", mas, e usando as palavras de Phil, "era para ser uma digressão de despedida". No entanto, nenhuma fonte oficial dos Genesis comunicou o fim da formação até hoje e ainda bem. :)